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Parque Serra da Capivara

Na nossa viagem pelo litoral brasileiro, até o Maranhão e depois percorrendo o interior do Piauí, no verão de 2015, um dos nossos objetivos era o de conhecer o Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no sertão nordestino, que abrange os municípios de São Raimundo Nonato, Canto do Buriti, Coronel José Dias e São João do Piauí.

Por via terrestre, de carro, saímos de TERESINA/Piauí, pela BR-316, cerca de 90 km percorrido pega-se a BR-343 até a cidade de Floriano. Daí entramos na PI-140 até São Raimundo Nonato. São 530 km de asfalto. As estradas são ótimas, contudo atentem-se em DIRIGIR somente durante o dia, tem muitos animais soltos na pista, ainda mais com ao advento das motocicletas, muitos burrinhos foram abandonados e perambulam pelas estradas, além de muitos rebanhos caprinos.

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A história deste local remonta a milênios de ocupação humana, cerca de 50 mil anos atrás, datação esta que incomodou e gerou muita polêmica entre estudiosos norte americanos e europeus, que não concordavam com esta datação para ocupação humana em terra “brasilis”, América do Sul, já que eles fornecem uma datação bem inferior para a ocupação de maneira geral no Continente Americano.

Declarado Parque Nacional em 1979, a grande responsável pelo desenvolvimento da região, tanto no sentido da pesquisa científica, como desenvolvimento econômico e populacional, foi a arqueóloga Niéde Guidon que explorou e estudou profundamente esta região, repleta de PINTURAS RUPESTRES e vestígios da ocupação humana em nosso país.  

A importância deste lugar é fenomenal, figura como maior quantidade de pinturas rupestres do mundo, com a maior quantidade de sítios do Continente Americano. Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, em 1991.

Apesar de toda importância, indiscutível, sobre a nossa PRÉ-HISTÓRIA, sentimos uma tristeza enorme, de ver o quanto gastam na manutenção do parque, nas discussões que levam a cerca de sua proteção e o que é mais lamentável ainda, POUQUÍSSIMOS brasileiros ouviram falar e mais raramente visitaram este lugar.

 Em 2015 quem fazia a proteção da gigantesca área de belezas naturais ímpares, além de todo patrimônio, era o exército, que mantinha soldados em suas inúmeras portarias para se adentrar ao parque, e a visita só era permitida diante a contratação OBRIGATÓRIA de um GUIA ESPECIALIZADO no assunto.

Quando chegamos ao local, um pouco tomado pelo mato, nos deparamos com o portão que levava a entrada do MUSEU DO HOMEM AMERICANO, e é claro que a emoção tomou conta, saber que estávamos entrando na nossa História, uma história de milênios.

O museu tem uma estrutura incrível, com documentário passando em um telão que ocupa uma parede toda, além de recursos tecnológicos/pedagógicos interativos, acerca da pré-história brasileira e especificamente dos acervos daquela região. O museu tem outras dependências onde é possível vermos muitos objetos, de diversas fases de ocupação humana na região como: pontas de lanças, objetos de adornos, utensílios, enterramentos, fósseis verdadeiros e réplicas.

Niede Guidón, deveria ser condecorada, por ser a principal pessoa a preservar e a buscar recursos para manter este parque. E este deveria, com toda certeza, ser um dos lugares, quiçá o LUGAR mais visitado do Brasil, principalmente por aqueles que querem obter conhecimentos e são fãs em História.


MUSEU DO HOMEM AMERICANO
MUSEU DO HOMEM AMERICANO
MUSEU DO HOMEM AMERICANO
MUSEU DO HOMEM AMERICANO
MUSEU DO HOMEM AMERICANO
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MUSEU DO HOMEM AMERICANO

Na região, tem um aeroporto, que estava PRONTO, e só não haviam liberado pela BUR-R-OCRACIA, no ano que visitamos, em 2015. Que foi liberado e inaugurado no ano seguinte, contido hoje não há companhia aérea que façam trajetos por lá, ou seja, continua uma bagunça até hoje. Isto nos deixou furiosos, pois fomos visitar o aeroporto, um grande projeto realizado e que não estava em uso ainda pela morosidade, como em todas as obras, deste país “bem” administrado, como sabemos.

Fizemos a visitação ao parque no dia seguinte a chegada a cidade, pois ainda tínhamos que fazer os acertos com o nosso guia, que antecipadamente tínhamos contatado por e-mail. Tudo acertado: pagamento de valores e como proceder na visitação, além de escolhermos quais TRILHAS faríamos, pois há inúmeras e de dificuldades variadas, esperamos o novo dia amanhecer.

Cedo pegamos o guia, com o nosso carro, que foi até nosso encontro, onde estávamos hospedados e partimos ansiosos a visitação.

E o que encontramos nos deixou estupefatos, muitas montanhas de colorações claras, escuras, amareladas, repletas de conchas, arenitos, cavernas, grutas e claro as MILHARES de PINTURAS Rupestres, tudo organizado, com passarelas e acessibilidade, além de iluminação para visitação noturna.

 

Além da vegetação, clima e animais típicos da região, como o MOCÓ (Kerodon rupestres),  que vive “mocozado” entre as pedras, não importando - na sua inteligência animal - se são ou não pinturas rupestres, hehe – inclusive muitas delas estão sendo apagadas pelas fezes destes bichinhos que escorrem pelas paredes, e também de um inseto que vai fazendo buracos no arenito.

Dentro do parque almoçamos e depois visitamos uma das fábricas mais TOPs de cerâmica do Brasil, tipo exportação, que reproduz desenhos feitos pelos humanos a milhares de anos atrás, naquela região, Cerâmica Serra da Capivara, e claro que adquirimos belos exemplares.

Cerâmica Serra da Capivara
Cerâmica Serra da Capivara
Cerâmica Serra da Capivara
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Cerâmica Serra da Capivara
Cerâmica Serra da Capivara

Poderíamos falar muito mais a respeito deste parque, mas então deixamos a dica, na próxima vez que pensarem em se aventurar por aí, quem sabe não decidam desbravar o sertão nordestino, como fizemos, garanto que terão ao seu entorno estradas e paisagens encantadoras, além de revelações pré-históricas que não terão em qualquer outro lugar do mundo que apresente pinturas rupestres.

Ainda sobre o parque

Vimos no decorrer dos anos, que por falta de recursos o parque foi praticamente abandonado, inclusive até depredações e vandalismo estavam ocorrendo em vários locais. Após uma retomada, hoje há vários guias e agências turísticas. Na época não pagamos para a entrada no Museu, hoje cobram R$ 25, 00 a entrada para estrangeiros, no Parque - valor pela metade para brasileiros + guia, (em 2015, pagamos R$ 150,00 o dia para o guia, graduado na área).

Aqui deixamos o link, com a relação de guias para a visitação ao parque: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/o-que-fazemos/visitacao/condutores_credenciados_PNSC_30.05.14.pdf

Para complementar todo este nosso relato, buscamos estas preciosas dicas que colocaremos abaixo:

Dicas e informações, retiradas da página do Instituto Chico Mendes

A visita completa aos circuitos abertos pode ser feita em seis dias, incluindo-se o Sítio do Boqueirão da Pedra Furada, onde foram feitas as primeiras escavações e as datações que atestam a presença do homem pré-histórico no continente americano desde 48.000 anos. O percurso inclui a formação geológica da Pedra Furada, símbolo do local; o Sítio do Meio; o Baixão da Pedra Furada (BPF), onde se adentra ao cânion formado por formações areníticas e o mirante da Pedra Furada. Para os mais corajosos, vale a pena subir a escadaria até o Alto da pedra furada, de lá, descortina-se uma linda vista panorâmica.

Os outros circuitos turísticos são integrados pelo Desfiladeiro da Capivara, Circuito do Veredão, Circuito da Chapada, Circuito da Jurubeba, Baixão do Perna, Andorinhas e Circuito da Serra Branca. Todos os circuitos estão repletos de sítios arqueológicos estruturados com escadas, passarelas, alguns dos quais com acesso para pessoas com necessidades especiais (O parque conta atualmente, com 17 sítios acessíveis a cadeirantes).

A presença do condutor é obrigatória para todos os programas.


O QUE FAZER

1) Visita aos sítios arqueológicos e históricos: No parque, acompanhados pelos condutores, os visitantes podem fazer diversos circuitos, compostos de vários sítios com acesso rápido e fácil e estacionamento próximo, principalmente os acessíveis a cadeirantes.

2) Caminhada: Existem vários treckings, em diversas categorias, desde os mais leves, de 20 minutos, aos mais pesados, de 4 a 6 horas de caminhada e diversos níveis de dificuldade. Recomendamos a visita ao Caldeirão dos Rodrigues, com belas pinturas, caminhada de 4 horas (ida e volta) nível médio de dificuldade, assim como a Trilha Interpretativa Hombu, Trilha dos Maniçobeiros e Veadinhos azuis.

3) Mirantes: O Parque possui diversos pontos que propiciam belas vistas da paisagem, como o Alto da Pedra Furada, Vista Panorâmica da Pedra Furada, Serrinha, Olho-dágua da Serra Branca, Toca do Conflito, Mirante da BR-020, entre outros.

4) Cicloturismo: Para quem gosta de pedalar, existem alguns condutores especialistas no esporte, com passeios leves ou pesados, de acordo com o gosto e condição física de cada um. É necessário levar a bicicleta. O parque ainda não dispõe do serviço de aluguel/bicicletário.

5) Baixão das Andorinhas: Para um final de passeio e final de tarde, é possível observar os Andorinhões descendo aos abrigos nos cânions (boqueirões). Se tiver sorte, poderá observar também o planar dos urubus-rei, que gostam de frequentar o cânion. Além das aves, a paisagem do cânion ruiniforme é espetacular, principalmente no variante das Andorinhas.

6) Observação de Pássaros: Para quem gosta de passarinhar, andar pelas trilhas e estradas de terra do parque pode proporcionar belas e coloridas surpresas.

7) Museu do Homem Americano: Mostra as evidências da ocupação humana na região. Possui acervo composto por peças líticas, esqueletos, peças cerâmicas e outros artefatos das escavações arqueológicas na região da Serra da Capivara, além de um painel com exposição das pinturas rupestres dos sítios arqueológicos da região, em slides contínuos, com um belo fundo musical.

8) Cerâmica: No entorno da unidade é possível conhecer a produção de cerâmica com motivos de pinturas rupestres e o trabalho dos artesãos.


9) Iluminação Noturna: No Boqueirão da Pedra Furada o visitante pode experimentar a sensação de observar os paredões iluminados à noite. Deve-se agendar com antecedência no Centro de Visitantes.

10) O Parque possui também um Centro de Visitantes, com banheiros, lanchonete, auditório e lojinha, além de salão de exposição. No auditório o visitante pode assistir a um breve documentário sobre o parque, se desejar.

ORIENTAÇÕES

- Devido ao calor local é imprescindível que o visitante sempre leve uma garrafa com água potável.
- Recomendamos também o uso de roupas leves e folgadas, que facilitem a transpiração e movimentos, assim como o uso de protetor solar, chapéu e tênis.
- O parque dispõe de várias áreas de piquenique, com mesas e banco. Leve lanches leves, como sanduíches e frutas.
- Siga as orientações dos condutores.
- Siga as regras de todos os parques: não dê comida aos animais; não toque nas pinturas; mantenha-se nas trilhas e passarelas; não colete flores, plantas, pedras ou outro qualquer material natural do parque; leve sacolinha para colocar seu lixo ou o deposite nos locais disponíveis para tal; não faça muito barulho; não pratique depredações, como rabiscar sobre rochas e cascas de árvores.
- Divirta-se, aprenda, conheça, tire fotografias, leve boas recordações, deixe apenas pegadas.

As imagens mais buscadas é a dos veados, que é símbolo do parque, e a cena do beijo!

Incrível lugar em que descobrimos a História de nossos ancestrais!

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